Rebaixamento do Lençol Freático

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Rebaixamento do Lençol Freático

O Rebaixamento do Lençol Freático é uma técnica muito empregada na construção de prédios com subsolos.
Todo terreno possui um lençol de água no seu sub-solo e essa água atrapalha a escavação do terreno pois causa a formação de lama o que dificulta a concretagem das fundações do prédio que será construído.
Para ficar livre da água, instala-se bombas muito potentes que, funcionando 24 horas por dia, retiram a água do sub-solo, deixando o terreno "quase seco" facilitando, assim, o trabalho de escavação e concretagem.
No local da obra, o problema fica resolvido, mas na vizinhança pode ocorrer problemas. Depois de alguns dias, o nível d'água fica mais baixo em toda aquela região. Dependendo da porosidade do terreno, o rebaixamento pode atingir áreas bem distantes do local das obras afetando casas e prédios relativamente distantes. Já vistoriei casos de rebaixamento cujos efeitos danosos surgiram a mais de 300 metros do local do rebaixamento.
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  • Como fazer rebaixamento de lençol freático com ponteiras filtrantes
O rebaixamento de lençol freático é um procedimento necessário em obras cuja presença de água em seu subsolo impede ou compromete serviços, como fundação ou contenção. As sondagens geotécnicas, previamente efetuadas, indicam o método mais adequado de rebaixamento do lençol freático - a escolha é feita em função da geometria e profundidade da escavação, da permeabilidade e do tipo do aquífero.
Entre as técnicas mais comuns de rebaixamento de lençol de água está a que utiliza ponteiras filtrantes. O método emprega ponteiras cravadas ao longo do perímetro da área afetada, onde são instalados tubos coletores que captam a água por meio de um sistema composto de bomba de vácuo, cilindro receptor e bomba centrífuga. O sistema de ponteiras filtrantes, também conhecido como wellpoint, rebaixa o lençol a um nível inferior ao ponto mais profundo da escavação. Com isso, evita-se o colapso dos taludes durante a execução da obra.
  • Exemplos de rebaixamento do nível d’água no Metro de São Paulo 
Todos os métodos usuais de rebaixamento foram empregados na construção do Metro de São Paulo. Os fatores básicos que influíram na escolha de um ou mais método de rebaixamento foram basicamente os seguintes:
 1 - para os solos areno-argilosos, normalmente intercalados com camadas argilosas, empregam-se poços profundos a vácuo, em virtude da permeabilidade pequena desses solos. 
2 - para as camadas arenosas quase puras de granulação grossa, usaram-se poços profundos gravitacionais, em função de a permeabilidade dessas areias variarem de 10-2 ou 10-3 cm/seg. 
3 - para as camadas arenosas de espessura limitada e para todos os trechos de escavação pouco profunda, utilizaram-se ponteiras filtrantes, isto é, para pequenas alturas de rebaixamento. 
4 - em vários locais onde apareciam camadas ou lentes de areia com pressão artesiana (subpressão), foram executadas redes de dreno verticais de areia (poços de alívio), com distância entre 5 a 10 m para cada poço. 
Contudo, em algumas estações e em certos trechos de túnel, várias soluções foram empregadas, como por exemplo:
 a) túnel pelo método da couraça (“shield”)
Em virtude de uma camada argilosa na base do túnel e da existência de areias argilosas acima dela e areias para abaixo, foram executados poços rasos a vácuo, para drenarem as camadas superiores, e poços profundos gravitacionais, para aliviarem a a subpressão das areias inferiores.

  • Exemplo do Eficiência dos Métodos de Rebaixamento 
      A eficiência dos métodos de rebaixamento do nível d’água pode ser exemplificada pela construção do Metro de São Paulo, que exigiu extensos e intensos trabalhos de rebaixamento. Na figura a seguir estão assinaladas as curvas de abaixamento do nível d’água, na Estação Conceição. Notar que cada curva corresponde a um período de bombeamento dos poços profundos existentes. Notar que a curva final de rebaixamento ficou estabelecida abaixo do nível da escavação. No presente caso, o nível d’água situava-se a cerca de 5,50m de profundidade, e o nível da escavação, a 15,50m. Um outro dado importante, nos trabalhos de rebaixamento, é o controle da curva de abaixamento do nível d’água, com o tempo. 

  • Drenagem por eletrosmose
      O método de drenagem por eletrosmose baseia-se no seguinte princípio: a superfície das partículas dos solos de granulação muito fina (argilas coloidais) possui uma carga elétrica negativa, decorrendo então em torno das partículas, a formação de uma película de água com predominância de íons com carga positiva. Se se colocarem dois eletrodos em um solo saturado, após o estabelecimento de uma corrente elétrica entre ambos, a água contida nos vazios do solo percolará no sentido do ânodo (pólo positivo) para o cátodo (pólo negativo). 
      Esse princípio pode ser aplicado à drenagem dos solos, fazendo-se com que o cátodo seja uma ponteira. A água que emigra através do solo, pelo efeito da diferença de potencial entre os eletrodos, será coletada pela ponteira, daí sendo então esgotada por meio de uma bomba hidráulica. 
      O processo de estabilização e de drenagem por eletrosmose tem sido pouco usado até o momento, encontrando-se ainda em estágio experimental, mas parece apresentar interesse futuro na drenagem de solos com permeabilidade inferior a 10-7 cm/seg. Se as ponteiras (cátodos) forem distribuídas fora da escavação em sua periferia, a percolação de água dar-se á em sentido contrário àquele do escorregamento dos taludes, de forma que, neste caso, as forças de percolação são favoráveis à estabilidade, quer dos taludes, quer do fundo da escavação. 

  • Outros fatores a serem considerados em um sistema de rebaixamento 
Fornecimento de Energia Elétrica 

Para qualquer sistema de rebaixamento, é indispensável prever, além da rede elétrica normal, uma fonte de energia de emergência, a fim de impedir a ocorrência de acidentes, na hipótese de uma interrupção no fornecimento de energia pela rede pública. A transferência de uma fonte de alimentação para outra deverá ser possível a qualquer hora

Medidas e Observações dos resultados obtidos 

É absolutamente necessário observar e registrar os seguintes resultados, ao se executar um processo de rebaixamento: • Determinações das vazões dos poços, através de hidrômetros. • Determinações das curvas de depressão, através dos piezômetros e indicadores de nível d’água. • Medidas de recalques de edifícios e da superfície do terreno, através de pinos e marcos. 
  •  Aplicação do rebaixamento do nível d’água
O rebaixamento do nível d’água tem se tornado uma prática constante em obras de Engenharia Civil. Assim por exemplo, os grandes edifícios em Santos e Rio de Janeiro normalmente exigem rebaixamento do nível d’água. O método de ponteiras filtrantes é o mais usual. 
      No setor de barragens, a de Ponte Nova no Rio Tietê, próximo a Mogi das Cruzes, Estado de São Paulo, exigiu um rebaixamento através de poços profundos gravitacionais. 
      Dos 17 Km da primeira linha do Metro de São Paulo, cerca de 12 km exigiram trabalhos de rebaixamento do nível d’água, através de poços profundos gravitacionais e a vácuo, ponteiras filtrantes e drenos de areia de alívio. 
      A SABESP, que constrói várias linhas de interceptores de esgoto ao longo dos rios Tietê e Pinheiros em São Paulo, utilizou ponteiras filtrantes para o rebaixamento do nível d’água das valas e poços profundos gravitacionais, para a Estação Elevatória do bairro de Pinheiros. 
      A Usina Nuclear de Andra dos Reis, situada em depósitos de areia e junto ao mar, exigiu grandes trabalhos de rebaixamento , em função da grande área de escavação, da presença de areias, e do nível d’água elevado. Empregou-se o método de poços profundos gravitacionais. 
      Também o Metro do Rio de Janeiro tem empregado processos de rebaixamento semelhantes aos utilizados em São Paulo. 
    Ainda no Rio de Janeiro, durante a construção do interceptor oceânico em Copacabana, utilizaram-se conjuntamente poços rasos e ponteiras filtrantes, para a construção do túnel de concreto nas areias daquela praia. 


REFERENCIAS:

-Tópicos em Geotecnia e Obras de Terra - 2004 - Prof. M. Marangon - Rebaixamento do Lençol Freático

Responsabilidades no rebaixamento do lençol freático Disponível em:<http://construcaomercado.pini.com.br>.Acesso em: 10 set. 2016.

Como fazer rebaixamento de lençol freático com ponteiras filtrantes Disponível em:<http://www.infraestruturaurbana.pini.com.br/>.Acesso em: 10 set. 2016.


Rebaixamento do Lençol Freático Disponível em:<http://www.infraestruturaurbana.pini.com.br/>.Acesso em: 10 set. 2016.

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